Há 90 anos, nascia em Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais, o escritor Rubem Alves. A partir de espantos, inquietações e rupturas, o pensador circulou por instituições, por áreas do conhecimento e confessou a um jovem interlocutor: “Cheguei aonde cheguei porque tudo que planejei deu errado.” Radicado em Campinas, ele foi reconhecido como escritor após fechar ciclos com a Igreja Presbiteriana Independente (pastor) e a Universidade Estadual de Campinas (professor universitário). Em suas obras, da mais acadêmica à mais popular, Rubem conferiu um olhar singular sobre a Teologia, a Filosofia, a Literatura, a Psicanálise e a Educação.
Quando o conheci em Campinas, há pouco mais de 20 anos, eu possuía uma convicção de que o nosso sábio escritor completaria o seu centenário, os seus 100 anos de vida. O seu vigor, a sua vitalidade, a sua leveza e o seu amor à vida sustentavam esta esperança. Em suas crônicas de domingo, no jornal Correio Popular, Rubem lembrou muitas vezes de como a vida precisa ser apreciada: “Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente”. É a filosofia de vida denominada “Carpe diem”!
Encantado por balanços, especialmente para uso dos adultos, disseminou esta ideia para os administradores públicos a fim de combater a tristeza, a depressão e ativar a criatividade a partir das vivências infantis em praças públicas. No entanto, foi como “o homem que amava ipês amarelos” que Rubem foi reconhecido e batizado por uma criança após um encontro na rua. A beleza da florada da espécie, em pleno inverno, comovia o escritor. A seu pedido, após a sua cremação suas cinzas foram despejadas no pé de um ipê amarelo, simbolizando assim a beleza do seu renascimento.
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