Nesta semana, estive no museu municipal para concluir uma pesquisa iniciada nos últimos meses de 2022. Tratou-se de localizar algumas publicações de opinião política no extinto Jornal A Cidade (2000 e 2001) e uma publicação sobre a "Consciência Negra" no Jornal O Guaíra (2001). O reencontro com as produções despertou alguns questionamentos, que poderão ser explorados futuramente, mas a única certeza de que o curto período produziu mudanças no curso da história da comunicação e do município. Quando se fala em mudanças, contabilizam-se os avanços e os retrocessos.
Além do encontro habitual e agradável com Roseli e Sueli, as servidoras públicas responsáveis pelo atendimento no equipamento público, desta vez reencontrei o Ernani Carreira. O amigo, sempre interessado nas memórias e na história da cidade, relatou no curto tempo que tivemos de conversa a sua recente experiência com uma gatinha que passou a fazer parte da sua vida. Mas, não só isso: com o entusiasmo de sempre, Ernani recomendou um texto sobre as relação do médium Chico Xavier com os gatos.
O texto indicado é um capítulo de livro que retrata um comportamento já observado entre os gatos, nada inédito portanto, mas sempre prazeroso compartilhar aos amantes dos felinos. Além disso, a imagem do Chico com um dos seus gatos resgata a face terrena do médium em vida. Diferentemente das costumeiras fotos da psicografia, que dirigem o pensamento para o universo sobrenatural, esta que republicamos rememora um Chico de carne, osso e todos os dias. O agradecimento do Blog do Camilo a interlocução sempre produtiva do Ernani Carreira.
OS GATOS DA CASA DE CHICO XAVIER
"Chico precisou mudar de casa. Foi uma mudança de travessia de rua. De um lado para o outro. De uma calçada para outra. Nessa época ele tinha muitos gatos que gostava muito. Eram mais ou menos uns 30. Os gatos geralmente não se adaptam ao mudarem de casa, ainda mais mudando para uma casa em frente. Do outro lado da rua, eles não queriam mudar. Chico, depois da mudança, no primeiro dia foi convidar os gatinhos a se mudarem: — Vamos mudar. Estamos morando em frente, vocês sabem que eu preciso de vocês...
Dizendo aos gatos que esperava por eles lá, foi embora para a sua nova residência onde residiu até a sua desencarnação. Os gatos não atenderam ao seu pedido. No dia seguinte ele voltou novamente a convidar os gatos a se mudarem com ele, os gatos o ajudavam bastante com as mensagens, evitando que os ratos as roessem. E ele dizia:
— Vamos, vocês me ajudam, vocês colaboram comigo para preservar as mensagens. Vamos mudar comigo; venham para o outro lado. Eu não deixo de alimentar vocês...
Foi embora e os gatos nada de mudarem.
No terceiro dia ele voltou lá, com os gatos ao seu redor, disse:
— É a última vez que eu venho chamar vocês. Eu estou implorando, estou suplicando. Eu preciso muito de vocês; vocês estão em grande quantidade e as pessoas que vão morar aqui, quem sabe, possam até dar algum alimento que possa prejudicar vocês, venham comigo. Vamos para lá do outro lado da rua; é tão próximo. De vez em quando vocês vêem visitar aqui...
Dito isso, foi para a sua casa. Sentou-se na sala e ficou olhando pela janela, para ver se vinha algum gato. De repente, a gata mais velha passou por cima do muro, subiu por cima da casa - e Chico olhando - desceu, andou por todo o quintal da casa, voltou, subiu novamente no muro e retornou para o outro lado da rua.
Chico falou:
— Que pena! Ela não gostou do lugar!
Passou meia hora a gata voltou, e com ela os outros gatos que, finalmente, mudaram-se para estar ao lado de Chico".
Do livro "Nossos Momentos Com Chico Xavier – O homem chamado Amor" – Oswaldo Godoy Bueno.
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